domingo, 10 de agosto de 2014

Croácia (Périplo 2012), dia 12: Zagreb, cidade jovem

Para uma melhor visualização, clicar sobre qualquer uma das fotografias
 

Levantámo-nos muito cedo depois de uma noite muito bem dormida. O pequeno-almoço no hotel foi excelente, com exceção do sumo de laranja: pão, café, queijo, ovos com bacon e salsicha para sustentar o esforço do dia muito longo que aí vinha. A Lili não alinhou na parte britânica do repasto, já se esperava.
 
Saímos para Zagreb ainda a manhã despontava, quase sem trânsito nas estradas regionais em torno de Terme Tuhelj. A autoestrada para Zagreb parecia entrar pela cidade adentro, numa espécie de avenida ampla. E a primeira impressão foi muito agradável: organizada, dinâmica e com um ar limpo.
 
Demorámos algum tempo a encontrar um parque de estacionamento o mais central possível, mas lá conseguimos. Ficámos quase nas traseiras da Catedral da Assunção da Virgem Maria. Caminhámos pelas ruas em volta e constatámos uma arquitetura urbanística diferente da que tínhamos visto até agora, mais centro-europeia. Daqui passámos ao Mercado de Dolac, logo ao lado, e foi ver a Lili nas suas sete quintas...
 
 

 

Continuámos pela rua Tkalčićeva, construída ao longo do curso do ribeiro Medvešćak, que no passado dividia a zona de Kaptol, controlada pela igreja, da secular Gradec. Uma rua cheia de charme e cor, onde aproveitámos para fazer a primeira paragem do dia e tomar um ansiado café. De seguida dirigimo-nos para a fantástica Praça Markov, em Gradec, rodeada de vários edifícios governamentais e em que sobressai o telhado em mosaico da igreja de S. Marcos.





Um pouco abaixo da Praça Markov encontra-se a Torre Lotršćak, do século XIII, afamada pelo seu canhão, que é disparado todos os dias ao meio-dia em ponto. Chegámos lá 10 minutos antes, pelo  que esperámos pelo disparo antes de a visitar. Mais ou menos dois minutos antes do disparo (pelo meu relógio), entre um amontoado de turistas e viajantes, ergui os braços com a câmara preparada para uma fotografia fulgurante. O meu relógio não devia estar bem certo, pois ao fim de alguns minutos estava tão cansado que acabei por baixá-los para renovar a circulação sanguínea. Grande pontaria! Nesse preciso momento o canhão ecoou! Mas ainda fui a tempo de registar parte da fumaça provocada!
 
A subida à torre valeu pela vista geral sobre Zagreb. E por ver a Lili com vertigens, colada à parede da torre na plataforma de observação. Após a descida, logo ali, no Passeio Strossmayer, tirámos uma fotografia com o poeta Antun Gustav Matoš, um croata rebelde e sonhador e que celebrava a vida boémia de Zagreb nos seus escritos.



 

Descemos à Praça Ban Jelačić, o centro comercial de Zagreb, através do Portão de Pedra, onde se encontra uma capela em honra de Maria, mãe de Jesus. Fizemos uma oração nuns bancos em madeira, encostados a um canto sombrio do túnel, ao lado de uma senhora que, acabada a oração da Lili e a dela, nos pediu uma moeda! Devia passar ali o dia todo a ganhar a vida com os crentes!
 
Caminhámos pelos quarteirões em redor da Praça Ban Jelačić antes de almoçarmos num McDonald's apinhado, onde consegui dois pacotinhos de açúcar diferentes para a minha coleção e repetidos para trocas. É nesta zona comercial que se torna mais evidente o dinamismo da cidade, com uma população jovem, onde qualquer pessoa de mais idade se destaca. Acabámos a tomar um café em copo de plástico no parque Zrinjevac, rodeado de plátanos centenários e onde muitos jovens croatas e visitantes da cidade esticavam as pernas ou trocavam impressões. Passámos ali uma meia-hora sublime.
 



 

 
Tínhamos lido um apontamento sobre o cemitério de Mirogoj que nos deixou curiosos. Como ficava nos arredores da cidade na direção do santuário de Marija Bistrica, que planeáramos visitar no regresso a Terme Tuhelj, apontámos o Honda para nordeste, percorrendo as ruas até lá quase por intuição (o GPS não reconhecia nenhuma das ruas dos arredores do cemitério que tentávamos introduzir). E lá chegámos, ficando, de imediato, de boca aberta com a imponência da última morada de muitos croatas ilustres. As fotografias falam por si.
 
 




 
A caminho do santuário de Marija Bistrica parámos num pequeno supermercado para atestarmos a bagageira (o pouco que restava de espaço nela, na verdade) com cerveja, enchidos e queijo, para partilharmos com a família e amigos à chegada e nos meses seguintes. Foram 75 euros bem gastos, não duvidem! Infelizmente, não encontrei as duas melhores cervejas croatas que provei durante a nossa estada neste belo país: a Favorit e a Velebitsko. Ficarão na memória, o que já é bom. Aproveitámos a paragem para arrumar um pouco o carro (ao fim de mais de uma dezena de dias de viagem, por muito cuidado que tenhamos, as coisas parece que se vão desarrumando por si) e para deitar ao lixo dois bifes que tínhamos comprado no dia anterior para fazer ao jantar se tivéssemos acampado. Custou-nos fazê-lo, mas já não havia outra opção: a nossa arca refresca alguma coisita, mas não por tanto tempo.
 
Marija Bistrica, um santuário mariano, estava quase desértico àquela hora (ou naquela data). Embora fosse um templo belo, esperávamos que tivesse outra dimensão. Pudemos visitá-lo calmamente, o que foi muito agradável.
 
 




Chegámos a Therme Tuhelj ainda a tempo de aproveitarmos as águas termais das piscinas exteriores e interiores do hotel - as primeiras, frias mas agradáveis; as segundas, quentinhas - um deleite! Passámos a maior parte do tempo na área de jacuzzi, a preparar o corpo para os cerca de 2500 quilómetros que teríamos de percorrer no regresso a casa nos dois/ três dias seguintes.


Conta-quilómetros: 4462 (142 no dia)

Ler: Dia 0     Dia 13
 
 
 
 
 

Sem comentários: